segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Investigação aponta operação coordenada em ataque ao TSE e postagens alegando fraude

               Investigação da SaferNet, que trabalha em parceria com o Ministério Público Federal no monitoramento de fraudes eleitorais cometidas pela internet, aponta que ataques hacker sofridos pelo TSE, neste domingo (15), foram uma "operação coordenada" para "desacreditar a Justiça Eleitoral". O tribunal foi alvo de negação de serviço (DDoS) contra os seus servidores e o vazamento de dados de funcionários. 

Thiago Tavares, presidente da SaferNet, que vem fazendo o monitoramento desde o fim de outubro, forneceu ao MPF e ao TSE os dados levantados em tempo real. "Trata-se de uma operação coordenada e planejada para ser executada no dia das eleições com o objetivo de desacreditar a Justiça Eleitoral e eventualmente alegar fraude no resultado desfavorável a certos candidatos", diz Tavares.

Às 09h25 deste domingo, houve vazamento de dados antigos obtidos de um banco de dados com informações desatualizadas sobre o sistema de recursos humanos da Justiça Eleitoral. O ataque que deu acesso aos dados, no entanto, foi feito antes de 23 de outubro, segundo a PF.

"Apesar de o ataque ter sido feito antes de 23 de outubro, deixaram para publicar o vazamento dos dados na manhã do domingo (15), para causar mais impacto", diz Tavares. "Em paralelo, deflagraram um ataque de negação de serviço (às 10h41) para tirar do ar o site e alguns serviços da Justiça Eleitoral."

Ele explica que os IPs usados em ataques de negação de serviço (DDoS) geralmente integram as chamadas "redes zumbis", formadas por computadores infectados, que podem estar localizados no exterior e serem coordenados daqui. O TSE afirmou que os IPs dos hackers que invadiram os sistemas do tribunal seriam de Portugal ou coordenados por um cidadão português. Os ataques, a princípio, não têm relação com o atraso da apuração dos votos pelo TSE neste domingo, diz Tavares.
 

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