Com
os votos favoráveis dos vereadores João Taxista (PSB), Siqueirinha (PSB),
Cleriane Medeiros (Avante), Luiza Margarida (PSB) e Cybele Roa (PSB), a Câmara Municipal
de Arcoverde aprovou na noite desta segunda-feira (22) o projeto de lei que autoriza
o município a entregar a usina de asfalto a empresas terceirizadas. Heriberto
do Sacolão (PTB) e Geraldo Vaz (PSB) estavam ausentes. Com isso, o equipamento
que custou R$ 1,5 milhão aos cofres da prefeitura servirá para atender a
interesses privados.
Os
governistas alegam que a máquina servirá para construir um anel viário que vai
beneficiar o Atacarejo que está sendo construído a onde seria erguido o
shopping center de Arcoverde. Mas apesar do discurso, a lei em nada explicita o
fato e termina por demonstrar que a licitação que será feita já teria endereço
certo. A vereadora Cybele Roa chegou a questionar alguns artigos do projeto, mas sua permanência em plenário acabou por dar quorum para a votação.
Pela
lei aprovada, a empresa “vencedora” do processo teria a concessão da usina de asfalto
por 90 dias, podendo ser prorrogado por outros 90. Apesar de justificar que a Câmara iria
fiscalizar a “licitação”, o projeto aprovado indica que o processo constará
apenas da apresentação e avaliação da proposta pela da Secretaria de Obras e Projetos
Especiais, já que a formalização da concessão “importará em processo
administrativo simplificado”.
Para
a vereadora Zirleide Monteiro e o vereador Everaldo Lira, ambos do PTB, que
pediram vistas do projeto, mas tiveram o pedido negado e se retiraram em
obstrução a votação, a Câmara está assinando um cheque em branco e colocando
nas mãos de empresas privadas um patrimônio público do município, adquirido com
recursos da prefeitura, do povo de Arcoverde, para que empresas privadas
obtenham lucros com a concessão do equipamento.
“Se
a prefeita nunca teve a competência de utilizar o maquinário como deveria, só
fazendo uso em tempos de eleição, não é o município de Arcoverde que tem que
pagar por essa ineficiência da gestora”, afirmou Zirleide.
Sobre
a diferença entre uma PPP (Parceria Público Privada), comentada nas redes
sociais desde que o projeto veio à tona na semana passada, e uma concessão comum,
como foi feita, é que, na primeira, o governo banca pelo menos uma fatia dos
custos, enquanto, na segunda, o pagamento pelo serviço prestado pela iniciativa
privada dá-se inteiramente por parte dos usuários. Nas concessões, apesar
de não transferir o equipamento para particulares, ela permite que a empresa
concessionária tenha o direito de oferecer e explorar o bem concedido, no caso,
a usina de asfalto de Arcoverde da forma que lhe convier.
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