terça-feira, 12 de maio de 2020

Moro diz que vídeo de reunião ministerial 'confirma' depoimento e defende divulgação da íntegra


               O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou nesta terça-feira (12), em nota, que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril "confirma o conteúdo" do depoimento dado por ele à Polícia Federal, no início do mês.

"O acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22/4 confirma o conteúdo do meu depoimento em relação à interferência na Polícia Federal, motivo pelo qual deixei o governo", declarou Moro no fim da tarde.

A reunião aconteceu no Palácio do Planalto com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do vice Hamilton Mourão e de diversos ministros. No depoimento, Moro disse ter sido pressionado por Bolsonaro neste encontro a substituir o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o então superintendente da PF no Rio, Ricardo Saadi.

Após receber esse depoimento, o ministro relator do caso, Celso de Mello, determinou que o governo entregasse a gravação do encontro, o que ocorreu na última sexta (8). O relator determinou sigilo "pontual e temporário" sobre o material, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).

O órgão, responsável por defender o governo na Justiça, diz que a reunião tratou de temas sensíveis, e que a divulgação da íntegra poderia colocar o país em risco. Nesta terça, o vídeo foi exibido a representantes da PF, do Supremo, do governo e do ex-ministro em uma sessão reservada.

Caberá ao ministro Celso de Mello decidir se, e quando, o sigilo será suspenso. Na nota divulgada (veja íntegra abaixo), Moro discorda avaliação da AGU e defende a divulgação integral do material gravado.

O ex-ministro da Justiça afirma, ainda, que as declarações de Bolsonaro na reunião ministerial foram "evidenciadas, também, pelos fatos posteriores". Como exemplo, Moro cita as trocas na direção-geral da Polícia Federal e na superintendência da PF no Rio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário