No
Erem Oliveira Lima, alunos do 2º Ano da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa
bateram na trave no direito de ir à finalíssima do certame em São Paulo, depois
do destaque na etapa Pernambuco. A equipe, formada por Franciele Batista ,
Gilmário de Araújo e Diogo Freitas, elaborou com a participação da professora
Ayesa Gomes um documentário sobre a cidade, a cultura, o dia a dia de São José
do Egito, a poesia popular e a relação com a língua portuguesa.
Só
que o poeta Gilberto Alves, ouvido pelos alunos no documentário, negou-se a
autorizar, pasmem, a veiculação do documentário. Em suma, à escola o poeta
disse que o material seria explorado comercialmente, o que não procede. “É
lamentável o que aconteceu. Mas não posso deixar de parabenizar os alunos e a
professora Ayesa pelo trabalho”, afirmou o Diretor Fábio Renato.
No
material, foram feitas tomadas da cidade e gravação nos estúdios da Gazeta FM.
Foi em uma dessas visitas à rádio que o poeta Gilberto Alves foi gravado. Com o
trabalho, passaram pela fase local, estadual e chegaram à nacional.
“Tinham toda a chance de se campeões”, garantiu o Diretor.
Precisavam
só da autorização do uso da imagem do poeta. “Um poeta que teria a divulgação
de sua arte no universo acadêmico e se nega, a gente só pode lamentar.
Expliquei a ele e ele disse que precisava de uma ajuda de custo para autorizar.
Bastava dizer em uma gravação de WhattsApp que autorizava a gravação. Foram
dezenas de contatos. É um termo de autorização padrão que vinha no Edital da
Olimpíada de Português”.
Até
a Comissão Nacional da Olimpíada, que viu a qualidade do trabalho e premiaria
os alunos, explicou que só precisava de um sim ou de um não do artista. Ouviu
um não. “Recebi uma ligação da professora Rosinete, da Secretaria de Educação
Estadual indignada com o que tinha acontecido, dizendo ter ouvido da Comissão
Julgadora Nacional de que eles teriam ganho o prêmio nacional . O poeta foi até
grosseiro com a comissão”, reclamou o Diretor.
“Foi
um não à cultura, à educação. Ele dizia que a Olimpíada geraria recursos,
lucro, o que não aconteceu. É lamentável”. As crianças estão inconsoláveis.
“Ele não sabe o que causou a esses meninos”, diz indignado o Diretor.
O
poeta disse que não autorizou porque os jovens “não se interessam por
cantoria”. Disse também que pelas empresas envolvidas no prêmio “de graça isso
não é”. Ao blog, disse ainda que São José do Egito não pode ser colocada como “Berço
Mortal da Poesia” pela desvalorização da poesia. Que morou nove meses na cidade
e não se sentiu valorizado. Sobre as críticas que vem recebendo, disse:
“pra mim isso é a mesma coisa de um jornal que fala mal de você hoje e amanhã
está enrolando peixe”. Ao final o blog perguntou: “se sabia que não iria
autorizar, porque o senhor se deixou filmar”? Até agora ele não respondeu à
pergunta.
Para
muitos a direção de Gilberto foi a oposta da que se esperava. Em contraponto,
quando há um sopro de juventude do Pajeú valorizando a arte regional, a
inversão de valores do poeta disse não ao movimento. Nossa solidariedade aos
alunos, professora e Direção da Erem Oliveira Lima. E que não desanimem. São
campeões morais da Olimpíada Brasileira de língua Portuguesa. Do Nill Junior.
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