A
candidata a deputada federal pelo PSL, Lourdes Paixão, que não se
elegeu, teve as contas reprovadas, nesta quarta-feira (27), pelo Tribunal
Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE). Alvo de uma investigação da Polícia
Federal (PF) que apura o esquema de candidaturas laranja, ela terá que
devolver R$ 380 mil ao Fundo Partidário, segundo o tribunal. A defesa de
Lourdes Paixão disse que não vai se pronunciar.
A
decisão foi tomada de forma unânime pelo pleno do TRE. A medida atende a um
pedido de impugnação feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) em
Pernambuco, por ela não ter comprovado devidamente o uso dos recursos públicos.
Lourdes Paixão ainda pode recorrer.
Nas
eleições de 2018, Maria de Lourdes Paixão Santos foi a candidata do PSL que
mais ganhou recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha no estado.
Ela recebeu R$ 400 mil.
Do
partido, ela foi a segunda candidata a receber o maior volume de verbas, atrás
apenas de Luciano Bivar, presidente da legenda, que recebeu R$ 1,8 milhão e foi
o único candidato eleito no estado. Em outubro, a PF cumpriu mandados de
busca e apreensão na casa dele, em Jaboatão dos Guararapes, na sede do PSL
em Pernambuco e em uma gráfica.
O
MPE alegou que, apesar do volume de recursos recebido, Lourdes Paixão obteve
"apenas 274 votos" e declarou que 97% dos recursos, equivalentes a R$
380,3 mil, foram usados para pagar uma empresa para a confecção de propaganda,
em 3 de outubro de 2018. Eram 9 milhões de santinhos e 1,5 milhão de adesivos
tipo "praguinhas".
A
votação ocorreu no dia 7 de outubro e, segundo o MPE, seria "impossível
confeccionar e distribuir todo esse material a quatro dias da eleição" e
"não houve nenhuma prova de que os adesivos e santinhos tenham sido, de
fato, impressos e distribuídos".
Segundo
o Ministério Público, Lourdes Paixão alegou que o material foi espalhado não
apenas pela militância paga, composta por quatro pessoas, mas por apoiadores e
eleitores do partido que, segundo ela, compareciam diariamente ao comitê
central da campanha.
Para
o MPE, o volume de pessoas capazes de distribuir 9 milhões de santinhos em
quatro dias é incompatível com a votação obtida pela candidata. Além disso, a
panfletagem espontânea citada por ela deveria constar na prestação de contas
como "doação recebida estimável em dinheiro".
Arcoverde - A candidata sob suspeita de ser candidata
"laranja" do PSL obteve em Arcoverde apenas um (01) voto apesar de
ter recebido R$ 400 mil. Luciano Bivar, que foi eleito pelo PSL, teve na cidade
810 votos.
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