quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Candidata considerada 'laranja' do PSL de Pernambuco tem contas reprovadas e deve devolver R$ 380 mil


             A candidata a deputada federal pelo PSL, Lourdes Paixão, que não se elegeu, teve as contas reprovadas, nesta quarta-feira (27), pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE). Alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) que apura o esquema de candidaturas laranja, ela terá que devolver R$ 380 mil ao Fundo Partidário, segundo o tribunal. A defesa de Lourdes Paixão disse que não vai se pronunciar.

A decisão foi tomada de forma unânime pelo pleno do TRE. A medida atende a um pedido de impugnação feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) em Pernambuco, por ela não ter comprovado devidamente o uso dos recursos públicos. Lourdes Paixão ainda pode recorrer.

Nas eleições de 2018, Maria de Lourdes Paixão Santos foi a candidata do PSL que mais ganhou recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha no estado. Ela recebeu R$ 400 mil.

Do partido, ela foi a segunda candidata a receber o maior volume de verbas, atrás apenas de Luciano Bivar, presidente da legenda, que recebeu R$ 1,8 milhão e foi o único candidato eleito no estado. Em outubro, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele, em Jaboatão dos Guararapes, na sede do PSL em Pernambuco e em uma gráfica.

O MPE alegou que, apesar do volume de recursos recebido, Lourdes Paixão obteve "apenas 274 votos" e declarou que 97% dos recursos, equivalentes a R$ 380,3 mil, foram usados para pagar uma empresa para a confecção de propaganda, em 3 de outubro de 2018. Eram 9 milhões de santinhos e 1,5 milhão de adesivos tipo "praguinhas".

A votação ocorreu no dia 7 de outubro e, segundo o MPE, seria "impossível confeccionar e distribuir todo esse material a quatro dias da eleição" e "não houve nenhuma prova de que os adesivos e santinhos tenham sido, de fato, impressos e distribuídos".

Segundo o Ministério Público, Lourdes Paixão alegou que o material foi espalhado não apenas pela militância paga, composta por quatro pessoas, mas por apoiadores e eleitores do partido que, segundo ela, compareciam diariamente ao comitê central da campanha.

Para o MPE, o volume de pessoas capazes de distribuir 9 milhões de santinhos em quatro dias é incompatível com a votação obtida pela candidata. Além disso, a panfletagem espontânea citada por ela deveria constar na prestação de contas como "doação recebida estimável em dinheiro".


Arcoverde - A candidata sob suspeita de ser candidata "laranja" do PSL obteve em Arcoverde apenas um (01) voto apesar de ter recebido R$ 400 mil. Luciano Bivar, que foi eleito pelo PSL, teve na cidade 810 votos. 

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