sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Discriminação: Presidente da Caixa ordena que os pedidos do Nordeste não sejam atendidos.


                   De janeiro até julho de 2019 o Nordeste fechou apenas 2,2% das operações de crédito realizadas pela Caixa Econômica Federal, o número representa uma queda de 19,4% em comparação com o ano de 2018. O levantamento foi realizado pelo Estadão/Brodcast com base em dados divulgados pelo próprio banco e pelo Tesouro Nacional.


Dos R$ 4 bilhões distribuídos através de novos empréstimos para governadores e prefeitos do país, apenas R$ 89 milhões se destinaram ao Nordeste, apenas 2,2% do total. Fontes do banco e da área econômica afirmaram, sob a condição de anonimato, que ouviram mais de uma vez a orientação do presidente, Pedro Guimarães, para que as operações de crédito para estados e municípios nordestinos não fossem concretizadas.

Em 2018 a região havia recebido o equivalente a 21,6% dos R$ 6 bilhões liberados pela Caixa, em 2017 a quantia foi de R$ 1,3 bilhão dos R$ 7 bilhões, 18,6% do total. 

O banco enviou uma nota para a equipe de reportagem do Estadão afirmando que as novas concessões apresentam sazonalidade e variação anual, dependendo da demanda e da aprovação de ritos anteriormente relacionados. O banco afirma que R$ 706 milhões dos R$ 2,8 bilhões liberados para estados e municípios brasileiros foram destinados ao Nordeste, número considerado expressivo em âmbito nacional, segundo a estatal.

Porém, a liberação se difere da contratação por estar relacionada a contratos firmados em gestões anteriores, o banco não respondeu sobre o balanço de contratações realizadas em 2019. O banco orientou que a equipe de reportagem do Estadão realizasse uma procura no site da Caixa sobre as contratações neste ano.

Após o contato, ao ser questionada sobre a queda na participação da região Nordeste em comparação aos anos anteriores, o banco destacou o que chama de problemas de endividamento decorrentes da crise enfrentada pelo país, incluindo as regiões Norte e Nordeste. Em 2019, as operações para a região se limitaram a seis municípios baianos, um pernambucano e outro em Sergipe. 

Segundo apuração do Estadão/Brodcast, existe uma fila de pedidos de empréstimos negados pela instituição no que diz respeito a região Nordeste do país. A orientação recebida pela área técnica da instituição é de não aprovar pedidos, mesmo que atendam os requisitos obrigatórios, a estratégia consiste em adiar a decisão até que os documentos apresentados deixem de ser válidos. 

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), já precisou recorrer à Justiça para destravar uma operação que não havia sido concluída por pendência de documentos. Após resolver a questão, a Justiça determinou que o repasse fosse realizado, mas o dinheiro só foi liberado após algumas semanas. Situação oposta ao que ocorre em outras partes do país, onde pedidos são atendidos em menos de uma semana até mesmo sem aval da União. Como ocorreu em Florianópolis, cidade que recebeu a aprovação do pedido de crédito R$ 100 milhões de reais em poucos dias.

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