De
janeiro até julho de 2019 o Nordeste fechou apenas 2,2% das operações de
crédito realizadas pela Caixa Econômica Federal, o número representa uma queda
de 19,4% em comparação com o ano de 2018. O levantamento foi realizado
pelo Estadão/Brodcast com base em dados divulgados pelo próprio banco
e pelo Tesouro Nacional.
Dos
R$ 4 bilhões distribuídos através de novos empréstimos para governadores e
prefeitos do país, apenas R$ 89 milhões se destinaram ao Nordeste, apenas 2,2%
do total. Fontes do banco e da área econômica afirmaram, sob a condição de
anonimato, que ouviram mais de uma vez a orientação do presidente, Pedro
Guimarães, para que as operações de crédito para estados e municípios
nordestinos não fossem concretizadas.
Em
2018 a região havia recebido o equivalente a 21,6% dos R$ 6 bilhões liberados
pela Caixa, em 2017 a quantia foi de R$ 1,3 bilhão dos R$ 7 bilhões, 18,6% do
total.
O
banco enviou uma nota para a equipe de reportagem do Estadão afirmando
que as novas concessões apresentam sazonalidade e variação anual, dependendo da
demanda e da aprovação de ritos anteriormente relacionados. O banco afirma que
R$ 706 milhões dos R$ 2,8 bilhões liberados para estados e municípios
brasileiros foram destinados ao Nordeste, número considerado expressivo em
âmbito nacional, segundo a estatal.
Porém,
a liberação se difere da contratação por estar relacionada a contratos firmados
em gestões anteriores, o banco não respondeu sobre o balanço de contratações
realizadas em 2019. O banco orientou que a equipe de reportagem do Estadão
realizasse uma procura no site da Caixa sobre as contratações neste ano.
Após
o contato, ao ser questionada sobre a queda na participação da região Nordeste
em comparação aos anos anteriores, o banco destacou o que chama de problemas de
endividamento decorrentes da crise enfrentada pelo país, incluindo as regiões
Norte e Nordeste. Em 2019, as operações para a região se limitaram a seis
municípios baianos, um pernambucano e outro em Sergipe.
Segundo
apuração do Estadão/Brodcast, existe uma fila de pedidos de empréstimos
negados pela instituição no que diz respeito a região Nordeste do país. A
orientação recebida pela área técnica da instituição é de não aprovar pedidos,
mesmo que atendam os requisitos obrigatórios, a estratégia consiste em adiar a
decisão até que os documentos apresentados deixem de ser válidos.
O
governador do Piauí, Wellington Dias (PT), já precisou recorrer à Justiça para
destravar uma operação que não havia sido concluída por pendência de
documentos. Após resolver a questão, a Justiça determinou que o repasse fosse
realizado, mas o dinheiro só foi liberado após algumas semanas. Situação oposta
ao que ocorre em outras partes do país, onde pedidos são atendidos em menos de
uma semana até mesmo sem aval da União. Como ocorreu em Florianópolis, cidade
que recebeu a aprovação do pedido de crédito R$ 100 milhões de reais em poucos
dias.
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