O
comerciante Edvan Luiz da Silva, acusado de estuprar e assassinar a fisioterapeuta
Tássia Mirella de Sena Araújo, em 5 de abril de 2017, foi condenado a 30 anos
de prisão. Ele foi julgado em júri popular realizado nesta segunda-feira (5) no
auditório da Terceira Vara do Júri da Capital, no Fórum Thomaz de Aquino,
bairro de Santo Antônio, área central do Recife. Por decisão unanime do júri,
ele foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado.
O
julgamento começou por volta das 9h15, e a sentença foi dada por volta das
19h30. O réu respondeu por estupro e homicídio qualificado (feminicídio,
emprego de meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime
cometido para assegurar a ocultação/impunidade de outro crime). Ele foi
condenado a seis anos pelo primeiro crime e 24 pelo segundo. Edvan foi
condenado por matar a fisioterapeuta Mirella Sena na sala de um flat onde a
vítima morava, no 12º andar do edifício Golden Shopping Home Service, na Rua
Ribeiro de Brito, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Na
época do crime, Edvan apresentou contradições sobre onde estava no momento do
ocorrido. Disse que estava em um bar no horário, mas depois mudou a história e
disse que estaria em um posto de gasolina. Ele morava em um apartamento em
frente ao de Mirella. A acusação foi baseada em provas colhidas e apresentadas
em inquérito policial. Entre os dedos dela, havia fios de cabelo dele. Debaixo
da unha, a perícia identificou pele com material genético do suspeito. Na porta
e no banheiro da casa dele e em duas camisetas, foi encontrado sangue da
vítima.
Há
comprovações também das impressões semelhantes à impressão digital do pé dele
no apartamento onde ocorreu o crime; laudo comprovando limpeza por esfregamento
do sangue da vítima do apartamento de Mirella até o apartamento dele; assim
como uma mordida humana no corpo de Edvan.
Vizinhos
disseram que, por volta das 7h do dia do crime, ouviram vários gritos e
acionaram um funcionário do prédio, que chamou a polícia. O corpo da vítima foi
encontrado na sala de um dos imóveis, sem roupas e com ferimento à faca no
pescoço, além de cortes nas mãos. Mirella era natural de Vitória de Santo
Antão, Mata Sul do estado, e formou-se em fisioterapia pela Universidade
Católica de Pernambuco (Unicap). Ela trabalhava como vendedora de produtos
hospitalares.
Em
depoimento durante o julgamento, Edvan negou ter cometido o crime e afirmou que
as lesões identificadas no seu corpo, no dia do assassinato de Mirella Sena,
foram adquiridas em uma briga com um flanelinha. Essa briga teria acontecido na
noite anterior ao crime. Ele também negou ter processos anteriores contra si e
questionou as provas periciais. Durante a tarde, a promotoria, contudo,
reiterou que as provas eram muito fortes para apontar a atuação de Edvan no
crime.
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