As
conversas reveladas do então juiz Sergio Moro com procuradores da Lava Jato são
inadequadas e, caso sejam comprovadas irregularidades, devem levar à revisão de
sentenças na operação. A mais rumorosa decisão tomada pelo hoje ministro da
Justiça e Segurança Pública, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) à prisão, contudo, foi justa. Esta é a opinião da maioria dos
brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha feita em 4 e 5 de julho com 2.086
entrevistados com mais de 16 anos, em 130 cidades. A margem de erro é de dois
pontos percentuais para mais ou menos.
Os
primeiros diálogos foram divulgados pelo site The Intercept Brasil em 9 de
junho. Nas conversas, que até agora não foram refutadas de forma categórica por
Moro nem pelos procuradores, o então juiz símbolo da Lava Jato troca
informações sobre procedimentos da operação e discute casos específicos, como o
esquecimento de provas.
Entre os que ouviram falar do caso, 58% acham que a conduta de Moro foi inadequada, ante 31% que a aprova. Não sabem avaliar 11% dos ouvidos. Também são 58% os que dizem acreditar que, se comprovadas irregularidades, eventuais decisões de Moro na Lava Jato devem ser revistas. Para 30%, o ganho no combate à corrupção compensa eventuais excessos cometidos.
A divulgação das mensagens gerou um terremoto político em torno de Moro, ministro de Jair Bolsonaro (PSL). Sua aprovação pessoal, segundo o Datafolha, caiu de 59% para 52% em relação à pesquisa mais recente, feita há três meses.
O
Datafolha aponta também um abalo na aprovação da Lava Jato após o episódio das
conversas. Segundo a pesquisa, o ótimo/bom atribuído à ação caiu de 61% para
55%, na comparação com a pesquisa anterior, feita nos dias 2 e 3 de abril.
Já
a insatisfação se expressou no aumento daqueles que consideram a operação
regular, de 18% para 24%, enquanto a rejeição como ruim ou péssima ficou
estável em 18% –assim como os 3% que não deram resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário