domingo, 26 de maio de 2019

Manifestações nas ruas testam apoio ao Planalto


 O presidente Jair Bolsonaropassará por um teste de força nas manifestações de rua (acompanhe ao vivo) convocadas para este domingo, 26, em defesa do governo. Embora tenha agido, nos últimos dias, para desvincular os atos de qualquer patrocínio do Palácio do Planalto, Bolsonaro foi alertado por aliados de que essas mobilizações viraram uma “armadilha” para sua gestão porque todos sabem como começam, mas nunca como terminam.

Por meio das redes sociais, organizadores haviam convocado até sábado, 25, atos em pelo menos 312 cidades brasileiras (veja mapa abaixo). Estão registradas também mobilizações em pelo menos dez municípios no exterior, sendo seis cidades nos Estados Unidos. A estimativa leva em conta eventos que têm locais e horários definidos. São Paulo lidera o número de municípios que têm manifestações programadas, com 63 cidades. Minas Gerais é o segundo, com 39 mobilizações.

Para o governo, porém, a agenda das ruas se tornou uma encruzilhada. O receio da equipe de Bolsonaro é de que, se não houver uma adesão de peso às manifestações, isso seja interpretado como um sinal de perda de popularidade em uma temporada de dificuldades na política e na economia.

Até o momento, não há indicação de problemas com a segurança nos atos, mas o Palácio do Planalto monitora as redes sociais para verificar a possibilidade de participação de “infiltrados” ou ativistas “black bloc”. Há o temor de que, se houver confusão, isso possa ser debitado na conta do governo.

Não foi à toa que Bolsonaro repudiou a defesa do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal nas manifestações. Após dizer que o problema do Brasil é a classe políticae de compartilhar mensagem pelo WhatsApp afirmando que o País é “ingovernável” fora dos conchavos, sem poupar nem mesmo a Justiça, o presidente afirmou que quem apoiar pautas contra o Legislativo e o Judiciário “estará na manifestação errada”.

“Isso é manifestação a favor de (Nicolás)Maduro, não de Bolsonaro”, afirmou ele, em alusão ao regime comandado pelo presidente da Venezuela. O Estadoapurou que a frase do presidente, dita no café da manhã com jornalistas, na quinta-feira, foi discutida por sua equipe de comunicação. Desde o início da semana, auxiliares de Bolsonaro já diziam que passeatas pró-governo, capitaneadas pelo próprio governo, eram “coisa de Maduro”, e não de democracia.

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