terça-feira, 9 de abril de 2019

Novo ministro do MEC soma baixa produção e desavenças


             Novo Ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub coleciona desavenças com alunos e colegas em seus cinco anos como professor pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e tem no currículo acadêmico apenas quatro artigos em periódicos científicos -todos em revistas de baixo prestígio.


Segundo seu currículo na plataforma Lattes, dois desses quatro textos foram publicados na Revista Brasileira de Previdência, que tem o irmão de Weintraub como editor-adjunto, e dois na Revista Chilena de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social. 

Os dois periódicos acadêmicos foram enquadrados na categoria B4 para a área de administração e ciências contábeis na mais recente avaliação da Capes (Coordenadoria de Administração de Pessoal), órgão de pós-graduação ligado ao MEC. O indicador é o sexto mais baixo da escala, que começa no A1.

Segundo a Capes, a classificação é feita com a finalidade de "refletir a importância relativa dos diferentes periódicos para uma determinada área". Dois dos artigos do novo ministro são sobre os sistemas de pensões e aposentadorias, e dois sobre inflação.

Graduado em ciências econômicas pela USP em 1994, Weintraub fez mestrado na Fundação Getúlio Vargas. Ao anunciar seu nome, Bolsonaro afirmou em rede social que ele era doutor, título que ele não tem, mas depois o presidente corrigiu a informação.

Antes de se dedicar integralmente à vida acadêmica, com o ingresso na Unifesp em 2014, e, depois, ao governo, Weintraub atuou por mais de 20 anos no mercado financeiro. Foi sócio na Quest Investimentos, diretor do Banco Votorantim e CEO da Votorantim Corretora.

Ele não atualiza seu currículo Lattes desde março de 2017. A plataforma é mantida pelo CNPq (conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para agregar trabalhos e títulos de acadêmicos.

A falta de atualização diferencia o novo ministro de outros ocupantes do cargo com trajetória acadêmica. Seu antecessor Ricardo Vélez Rodríguez, por exemplo, atualizou o Lattes há 15 dias.

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