Se
tinham a esperança de que proclamar distância da história, como fizeram nas
últimas semanas, bastaria para fazer refluir o caso Queiroz, Jair e Flávio
Bolsonaro precisarão rever suas estratégias. Depois de o ex-assessor aparecer
dançando em um vídeo filmado por sua filha dentro do hospital, vazado no
sábado, a semana começou com fatos novos que dão fôlego à novela.
Pela
manhã, o Ministério Público do Rio, responsável pela investigação, falou pela
primeira vez sobre o caso (a dancinha do ex-assessor foi tratada como chacota
ao órgão nas redes sociais). Chefe do MP-RJ, o procurador-geral de Justiça,
Eduardo Gussem, afirmou que uma denúncia contra Queiroz pode ser ofecerida à
Justiça mesmo que ele não se apresente para dar depoimento - ele já
foi chamado quatro vezes pelo MP do Rio desde o ano passado, mas faltou a
todas. Gussem afirmou que vê provas documentais "consistentes" no
caso.
Enquanto
isso, a rádio CBN revelou que, nos dois anos em que trabalhou no gabinete de
Jair Bolsonaro na Câmara, Nathália, filha de Queiroz, não computou uma
falta sequer. No mesmo período, porém, ela trabalhava como personal trainer,
inclusive durante horário comercial em algumas ocasiões, o que aproxima o
próprio presidente da história.
Também
nesta segunda, Lauro Jardim contou que o MP está intimado outros
assessores de Flávio Bolsonaro que transferiram dinheiro para Queiroz.
Tanto
o ex-assessor quanto Flávio têm evitado prestar depoimento. É um sinal de que
ainda não dispõem, ao menos por enquanto, de uma versão consistente para
explicar as movimentações financeiras. Quanto mais tempo passa, porém, o caso
está ganhando dimensão, e o desgaste do governo recém-iniciado só aumenta. Por Miguel Caballero.
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