quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Bolsonaro muda tom e leva crise envolvendo o filho Flávio para dentro do governo


          Horas depois de admitir que seu filho mais velho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pode ter errado e dizer que ele vai ter que "pagar o preço" se esse for o caso , o presidente Jair Bolsonaro mudou o discurso e defendeu Flávio de forma enfática puxando para dentro de um governo que só tem 23 dias a crise que envolve falta de ética, corrupção e milícias. Em entrevista exibida na noite desta quarta-feira pela "Record", Bolsonaro afirmou que a investigação contra seu filho é uma maneira de atingi-lo. 

— Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir. Ele tem explicado tudo o que acontece com ele nessas acusações infundadas — disse.

O presidente afirmou que o Ministério Público cometeu uma "arbitrariedade" contra Flávio ao “quebrar seu sigilo”. O MP, no entanto, informou que não houve quebra de sigilo. De acordo com a Lei 9.613 de 1998, instituições financeiras são obrigadas a informar sobre operações financeiras e transações de altos valores ou feitas em dinheiro vivo ao Coaf. O conselho, por sua vez, elabora relatórios de inteligência financeira e os encaminha para as autoridades competentes para a instauração de procedimentos de investigação, como o Ministério Público. 

No caso de Flávio, o banco no qual ele mantém uma conta registrou 48 depósitos em espécie na conta de dele entre junho e julho de 2017, que somam cerca de R$ 96 mil , concentrados no terminal de autoatendimento da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Em diversas datas, foram identificados depósitos em valores idênticos na conta do parlamentar em intervalo de poucos minutos. 

Por outro lado, no Rio de Janeiro, a Operação da Polícia e do Ministério Público contra suspeitos de chefiar uma milícia na zona oeste da cidade encontrou uma grande quantidade de cheques, notas promissórias, carros e documentação de imóveis em endereços ligados ao ex-capitão do BOPE, Adriano Magalhães de Nóbrega. Ele está foragido juntamente com outros dois policiais envolvidos com a milícia. 

Nóbrega é o elo entre o caso e a apuração sobre as atividades do gabinete do filho mais velho do Presidente Jair Bolsonaro, Flávio, na Assembleia Legislativa fluminense. Quando Nóbrega era alvo da polícia, o gabinete de Flávio Bolsonaro empregou a esposa e a mãe do militar.

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