As
duas estudantes de uma escola pública que denunciaram terem sido
estupradas após saírem da aula, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte
do Recife, em setembro deste ano, estavam mentindo, concluiu a
investigação que apura o caso. O resultado foi divulgado pela delegada Thaís
Galba nesta segunda-feira (17).
Colegas
das jovens chegaram a fazer protesto pedindo por justiça. Entretanto, a
delegada explica que, desde o começo, as versões contadas pelas jovens eram
divergentes.
“Era
de uma divergência absurda, elas divergiam da quantidade de pessoas que havia
praticado o ato, do momento em que o ato teria sido praticado, do local, do
momento em que elas tinham ido embora”, enumera.
Uma
das jovens relatava que ambas tinham sido abordadas do lado de fora do Sítio
Trindade por nove rapazes, que teriam pulado o muro do local. A outra, afirmou
que elas foram abordadas dentro do Sítio Trindade por seis garotos.
“Quando
você é vítima de um crime, de uma violência como essa, tudo bem que você queira
às vezes até esquecer. Mas você não teria versões tão diferentes dele. Foi que
fez a gente começa a desconfiar”, explica.
As
duas jovens chegaram a ser levadas separadamente para tentar remontar o crime,
mas as divergências apenas aumentavam. Um retrato falado chegou a ser feito e
os investigadores encontraram um homem muito parecido, que não foi reconhecido
por nenhuma das duas.
“Nesse
momento, foi o auge do desespero. As duas não o reconheceram e ele era muito,
mas muito parecido com o retrato falado. A pessoa tinha tudo a ver, mas tinha
um álibi comprovado de que não estava lá”, relata a delegada.
Depois
disso, uma das adolescentes acabou indo à delegacia e confessando que estavam
gazeando aula no Sítio Trindade, como já haviam feito outras vezes. No local,
até encontraram alguns rapazes que queriam conhece-las. Ambas ficaram com eles,
mas quando pediram para eles pararem, os rapazes pararam.
“Elas
disseram que não queriam e eles pararam. Elas foram embora para um lado e eles
para o outro, tranquilamente. O retrato falado, segundo ela, tinha
características completamente diferentes de com quem elas ficaram. Elas fizeram
todos nós perdermos tempo”, aponta a delegada.
Os
exames sexológicos confirmaram que não houve violência sexual. “Os pais ficam
numa situação muito difícil. Eles estão sendo vítimas da astúcia dessas
adolescentes. Nós temos muitas pessoas que são vítimas de violência sexual que
tem medo de denunciar devido ao trauma e elas fazem isso”, diz a delegada.
O
inquérito vai ser remetido à Delegacia da Criança e Adolescente, que deve
indiciar as duas jovens por ato infracional análogo a denunciação caluniosa.
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