quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Moro diz que crime de caixa 2 de aliados pode ser perdoado


O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, durante coletiva em Curitiba, demonstrou adotar de flexibilidade em seus critérios sobre a gravidade do uso de Caixa 2, dependendo de quem é o protagonista da ação. Questionado por um jornalista sobre como ele se posiciona diante do fato de que Onyx Lorenzoni, escolhido para ser ministro da Casa Civil, é réu confesso dessa atividade ilícita, Moro respondeu: “Ele já admitiu e pediu desculpas”.

A afirmação vai de encontro ao discurso do juiz, sempre se posicionando, pelo menos na retórica, radicalmente contra a corrupção. Em 2017, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) assumiu ter recebido recursos de caixa 2 da JBS. O parlamentar e futuro ministro de Jair Bolsonaro foi citado na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, como beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo grupo.

Vale recordar que Moro, em 2017, durante palestra realizada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, enquanto ainda dava as cartas na Operação Lava Jato, o juiz afirmou, de forma contundente: “Temos que falar a verdade, a Caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Corrupção em financiamento de campanha é pior que desvio de recursos para o enriquecimento ilícito”. Parece que o juiz Sérgio Moro não é tão incisivo quando se trata de aliados políticos.

Paradoxalmente, Onyx ficou conhecido por ser o relator do projeto “10 medidas contra a corrupção”. Sobre isso, ele afirmou: “Quando fui relator do projeto das 10 medidas eu briguei para criminalizar quem dá e quem recebe, com alta gravidade. Talvez ali eu estivesse tentando espiar o meu erro”.

Em 2014, teve sua candidatura financiada pelas duas grandes empresas da indústria armamentista brasileira, a Taurus e a CBC. São empresas que estão vendo suas ações no mercado dispararem com a escalada de Bolsonaro.

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