O
futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, durante coletiva
em Curitiba, demonstrou adotar de flexibilidade em seus critérios sobre a
gravidade do uso de Caixa 2, dependendo de quem é o protagonista da ação.
Questionado por um jornalista sobre como ele se posiciona diante do fato de que
Onyx Lorenzoni, escolhido para ser ministro da Casa Civil, é réu confesso dessa
atividade ilícita, Moro respondeu: “Ele já admitiu e pediu desculpas”.
A
afirmação vai de encontro ao discurso do juiz, sempre se posicionando, pelo
menos na retórica, radicalmente contra a corrupção. Em 2017, o deputado federal
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) assumiu ter recebido recursos de caixa 2 da JBS. O
parlamentar e futuro ministro de Jair Bolsonaro foi citado na delação dos irmãos
Joesley e Wesley Batista, como beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo
grupo.
Vale
recordar que Moro, em 2017, durante palestra realizada na Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, enquanto ainda dava as cartas na Operação Lava
Jato, o juiz afirmou, de forma contundente: “Temos que falar a verdade, a Caixa
2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Corrupção em
financiamento de campanha é pior que desvio de recursos para o enriquecimento
ilícito”. Parece que o juiz Sérgio Moro não é tão incisivo quando se trata de
aliados políticos.
Paradoxalmente,
Onyx ficou conhecido por ser o relator do projeto “10 medidas contra a
corrupção”. Sobre isso, ele afirmou: “Quando fui relator do projeto das 10
medidas eu briguei para criminalizar quem dá e quem recebe, com alta gravidade.
Talvez ali eu estivesse tentando espiar o meu erro”.
Em
2014, teve sua candidatura financiada pelas duas grandes empresas da indústria
armamentista brasileira, a Taurus e a CBC. São empresas que estão vendo suas ações
no mercado dispararem com a escalada de Bolsonaro.
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