sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Bolsonaro diz que Moro terá 'carta branca', quer aprovar a reforma da previdência e aproveitar nomes do governo Temer


             O presidente eleito Jair Bolsonaro disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 1, que o juiz federal Sérgio Moro terá carta branca para comandar o Ministério da Justiça, que terá sob seu comando outros órgãos de controle, como "parte" do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele disse também que "se o PT está reclamando da nomeação, eu fiz a coisa certa". Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem entrar com um pedido de habeas corpus para soltá-lo, usando como argumento a nomeação de Moro. Segundo eles, isso caracterizaria parcialidade do juiz. 

O presidente eleito disse ainda que a Lava Jato continuará atuante mesmo sem Moro no comando da 13º Vara de Curitiba. Bolsonaro também disse que o juiz segue cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) desde que ele tenha um substituto no MJ. 

Questionado se Moro será um "xerife" de seu governo, o presidente eleito respondeu: "Se você quiser dar esse nome para ele..." Ainda de acordo com Bolsonaro, Moro teve o mérito, durante a Operação Lava Jato, de "colocar na cadeia gente que não pensou que passaria 10 minutos por lá."

"O trabalho dele muito bem feito. Em função do combate à corrupção, da Operação Lava Jato, as questões do mensalão, entre outros, me ajudou a crescer politicamente falando".

Bolsonaro abordou outros temas na transição na coletiva. Ele confirmou que deve desistir da união dos Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente depois de setores do agronegócio terem alertado para o risco de sanções comerciais. "Não tenho problema de voltar atrás, mas será um ministro do Meio Ambiente do Bolsonaro", disse. "Não vai ter trabalho de xiita no meio ambiente."

O presidente confirmou a intenção de transferir a Embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém e disse que pretende fechar a representação diplomática nos territórios palestinos. "Temos respeito por Israel e pelo Mundo Árabe, não queremos problema com ninguém", disse. 

Bolsonaro disse também que irá para Brasília na terça-feira discutir a transição, mas voltará na quinta. Segundo ele, a bolsa de colostomia ainda lhe impõe restrições. Ele passará por cirurgia para retirá-la em 12 de dezembro. 

Jair Bolsonaro também disse que espera ver a Reforma da Previdência aprovada ainda este ano no Congresso, ainda que não seja exatamente a que ele gostaria. “Não é a proposta que eu quero, a que o Paulo Guedes quer, é aquela que pode ser aprovada pela Câmara”, afirmou.

Ele declarou que será possível aproveitar quadros do governo Michel Temer (MDB) na área econômica, sem citar nomes. A decisão será de seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

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