A vereadora
da oposição, Zirleide Monteiro (PTB), apresentou na sessão de ontem à noite da
Câmara Municipal, o segundo relatório de uma auditoria realizada pela
Controladoria Geral da União – CGU na prefeitura de Arcoverde, particularmente
na Secretaria de Educação, aonde já foram identificados superfaturamento em
combustíveis e pagamentos sem comprovação.
Nas
denúncias do 2º relatório (201700020) foram apontadas aquisição de gêneros
alimentícios em quantidades superiores às estipuladas nos cardápios; Aquisição
de gêneros alimentícios em quantidades inferiores às necessidades nutricionais dos
alunos; Gêneros alimentícios adquiridos com custos unitários superiores a
valores praticados no mercado e gêneros alimentícios adquiridos sem comprovação
de recebimento pelas escolas. Os fatos dariam um prejuízo de cerca de R$ 800
mil aos cofres públicos segundo a CGU, disse a vereadora.
Ela
citou alguns exemplos das irregularidades encontradas pela CGU, como a compra
de tomate para a merenda escolar: “compraram e pagaram 4.446 quilos de tomate.
As escolas disseram que só receberam 303 quilos. Nem 7% do que foi comprado
chegou as escolas. Não foi pra minha geladeira e tenho certeza na geladeira de
nenhum vereador aqui”, ressaltou a vereadora.
Ela
também disse que a alface, “que em 2013 agente comprava por cinquenta centavos,
que mesmo na greve dos caminhoneiros quando tudo subiu e agente pagava três
reais no pé, a prefeitura pagou, em 2013, o valor de três reais e sessenta e
cinco centavos num pé de alface. Um absurdo. Dinheiro do povo que botaram no
bolso de alguém”, afirmou a parlamentar trabalhista.
Zirleide
revelou ainda que, segundo o relatório da CGU, além de pagarem um valor sete
vezes maior, dos 2.900 pés de alface comprados só chegou nas escolas 45 pés. Ou
seja, menos de 2% do que foi comprado foi “para o prato de nossas crianças que
tem na escola, muitas vezes, sua única refeição”, disse a vereadora.
Sobre
a compra de gêneros fornecidos em quantidades superiores às quantidades estipuladas
nos cardápios, ela destacou que a CGU identificou a compra de 20.802 melancias
quando no cardápio total, de todas as escolas, previa-se apenas 540 melancias. Uma
diferença de 3.611% entre o que foi comprado e pago e o que estava previsto
pelas nutricionistas.
Ela
também relembrou a questão do alho, dizendo que “não poderíamos deixar de falar
de nosso querido alho. Vocês da PM se precisarem enfrentar uma invasão de
vampiros em Arcoverde não se preocupem. A prefeitura tem alho de sobra para
espantar os bichinhos. Simplesmente a prefeitura de Arcoverde comprou a mais
das necessidades 515,9 quilos de alho. São mais de meia tonelada”, afirmou
diante da policiais que compunham a plateia da casa James Pacheco.
A vereadora
Zirleide Monteiro finalizou falando sobre a compra de alimentos em quantidades
inferiores às necessidades nutricionais dos alunos. “O feijão que dá vigor as
crianças, as nutricionistas, da prefeitura, previam 3.310 quilos para atender
as necessidades de nossas crianças. Só chegaram a boca de nossas crianças 2.100
quilos. Isso é um crime. E aconteceu com o leite, com as bebidas láctea,
macarrão, frango, carne. Sumiram com o dinheiro e deixaram nossas crianças mal
alimentadas”. Ela ainda revelou o caso do leite. O cardápio da prefeitura previa
9.572 quilos de leite em pó. Forneceram apenas 2.354 quilos, segundo revelou a
CGU.
“Tudo
isso é triste meus amigos. Uma gestão que se intitula governo da educação
deixar nossas crianças sendo subalimentadas, desperdiçando recursos públicos
que ninguém ainda sabe para onde foi, mas que foi pra alguém ou algum lugar
foi. Esse é o retrato da educação de Arcoverde minhas senhoras e senhores”,
finalizou a vereadora Zirleide Monteiro.
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