terça-feira, 30 de outubro de 2018

Zirleide: Merenda comprada não chegou às escolas de Arcoverde, diz CGU


          A vereadora da oposição, Zirleide Monteiro (PTB), apresentou na sessão de ontem à noite da Câmara Municipal, o segundo relatório de uma auditoria realizada pela Controladoria Geral da União – CGU na prefeitura de Arcoverde, particularmente na Secretaria de Educação, aonde já foram identificados superfaturamento em combustíveis e pagamentos sem comprovação.

Nas denúncias do 2º relatório (201700020) foram apontadas aquisição de gêneros alimentícios em quantidades superiores às estipuladas nos cardápios; Aquisição de gêneros alimentícios em quantidades inferiores às necessidades nutricionais dos alunos; Gêneros alimentícios adquiridos com custos unitários superiores a valores praticados no mercado e gêneros alimentícios adquiridos sem comprovação de recebimento pelas escolas. Os fatos dariam um prejuízo de cerca de R$ 800 mil aos cofres públicos segundo a CGU, disse a vereadora.

Ela citou alguns exemplos das irregularidades encontradas pela CGU, como a compra de tomate para a merenda escolar: “compraram e pagaram 4.446 quilos de tomate. As escolas disseram que só receberam 303 quilos. Nem 7% do que foi comprado chegou as escolas. Não foi pra minha geladeira e tenho certeza na geladeira de nenhum vereador aqui”, ressaltou a vereadora.

Ela também disse que a alface, “que em 2013 agente comprava por cinquenta centavos, que mesmo na greve dos caminhoneiros quando tudo subiu e agente pagava três reais no pé, a prefeitura pagou, em 2013, o valor de três reais e sessenta e cinco centavos num pé de alface. Um absurdo. Dinheiro do povo que botaram no bolso de alguém”, afirmou a parlamentar trabalhista.

Zirleide revelou ainda que, segundo o relatório da CGU, além de pagarem um valor sete vezes maior, dos 2.900 pés de alface comprados só chegou nas escolas 45 pés. Ou seja, menos de 2% do que foi comprado foi “para o prato de nossas crianças que tem na escola, muitas vezes, sua única refeição”, disse a vereadora.

Sobre a compra de gêneros fornecidos em quantidades superiores às quantidades estipuladas nos cardápios, ela destacou que a CGU identificou a compra de 20.802 melancias quando no cardápio total, de todas as escolas, previa-se apenas 540 melancias. Uma diferença de 3.611% entre o que foi comprado e pago e o que estava previsto pelas nutricionistas.

Ela também relembrou a questão do alho, dizendo que “não poderíamos deixar de falar de nosso querido alho. Vocês da PM se precisarem enfrentar uma invasão de vampiros em Arcoverde não se preocupem. A prefeitura tem alho de sobra para espantar os bichinhos. Simplesmente a prefeitura de Arcoverde comprou a mais das necessidades 515,9 quilos de alho. São mais de meia tonelada”, afirmou diante da policiais que compunham a plateia da casa James Pacheco.

A vereadora Zirleide Monteiro finalizou falando sobre a compra de alimentos em quantidades inferiores às necessidades nutricionais dos alunos. “O feijão que dá vigor as crianças, as nutricionistas, da prefeitura, previam 3.310 quilos para atender as necessidades de nossas crianças. Só chegaram a boca de nossas crianças 2.100 quilos. Isso é um crime. E aconteceu com o leite, com as bebidas láctea, macarrão, frango, carne. Sumiram com o dinheiro e deixaram nossas crianças mal alimentadas”. Ela ainda revelou o caso do leite. O cardápio da prefeitura previa 9.572 quilos de leite em pó. Forneceram apenas 2.354 quilos, segundo revelou a CGU.

“Tudo isso é triste meus amigos. Uma gestão que se intitula governo da educação deixar nossas crianças sendo subalimentadas, desperdiçando recursos públicos que ninguém ainda sabe para onde foi, mas que foi pra alguém ou algum lugar foi. Esse é o retrato da educação de Arcoverde minhas senhoras e senhores”, finalizou a vereadora Zirleide Monteiro.

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