Do G1PE
A Polícia
Federal desencadeou, nesta quarta-feira (31), a uma nova fase da Operação
Abismo, que busca colher mais provas de crimes relacionados ao desvio de
recursos do Instituto de Previdências dos Servidores do Cabo de Santo
Agostinho, no Grande Recife. Foram emitidos dez mandados de busca e apreensão e
um de prisão preventiva, de um empresário em Goiás.
Ao
todo, 80 policiais federais estão envolvidos na ação desta quarta. Na 1ª etapa,
o foco também foi um esquema de fraudes no instituto de previdência dos
servidores do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.
Cerca
de R$ 90 milhões do instituto, que estavam em uma instituição financeira
sólida, foram para uma empresa composta por ativos de risco, segundo a investigação.
Na ocasião, o prefeito do município, Lula Cabral (PSB), foi preso.
Segundo
a PF, nesta quarta-feira, estão sendo apreendidos documentos, veículos, mídias
de computador, dinheiro e materiais que possam subsidiar as investigações.
Em
Pernambuco, as buscas acontecem nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e
Jaboatão dos Guararapes; no Distrito Industrial de Suape e na praia de Porto de
Galinhas, em Ipojuca; e em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
No
dia 19 de outubro, foram presas outras 21 pessoas, além do prefeito. Também
foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, os envolvidos
receberam propina para transferir R$ 90 milhões do instituto, que estavam em
uma instituição financeira sólida, para uma empresa composta por ativos de
risco. A transferência, equivalente a cerca de 50% do total do fundo, poderia
comprometer o pagamento futuro das aposentadorias, apontam os investigadores.
As
investigações apontam que uma empresa de gestão de fundos de investimentos
estava utilizando lobistas para captar clientes e negociar com eles em seu
nome. Esses lobistas ficavam encarregados de oferecer o pagamento indevido de
benefícios aos clientes, como forma de "convencê-los" a fechar o
negócio com a empresa.
A
delegada federal Andréa Pinho apontou em entrevista coletiva que, a princípio,
o prefeito não tem como transferir diretamente os recursos do Instituto de
Previdência, mas que ele nomeia a pessoa responsável pelo fundo de
aposentadoria do município.
Os
investigadores encontraram indícios de que a transferência dessa carteira de
investimentos foi feita a mando do prefeito do município, em razão do
recebimento de propina. O
Tribunal Regional Federal da 5ª Região autorizou o sequestro e bloqueio de bens
e valores depositados em contas em nome dos investigados.
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