quarta-feira, 31 de outubro de 2018

PF realiza nova fase de operação que investiga fraude em instituto de previdência no Grande Recife


Do G1PE        
  
  A Polícia Federal desencadeou, nesta quarta-feira (31), a uma nova fase da Operação Abismo, que busca colher mais provas de crimes relacionados ao desvio de recursos do Instituto de Previdências dos Servidores do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Foram emitidos dez mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, de um empresário em Goiás.

Ao todo, 80 policiais federais estão envolvidos na ação desta quarta. Na 1ª etapa, o foco também foi um esquema de fraudes no instituto de previdência dos servidores do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.

Cerca de R$ 90 milhões do instituto, que estavam em uma instituição financeira sólida, foram para uma empresa composta por ativos de risco, segundo a investigação. Na ocasião, o prefeito do município, Lula Cabral (PSB), foi preso.

Segundo a PF, nesta quarta-feira, estão sendo apreendidos documentos, veículos, mídias de computador, dinheiro e materiais que possam subsidiar as investigações.

Em Pernambuco, as buscas acontecem nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes; no Distrito Industrial de Suape e na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca; e em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

No dia 19 de outubro, foram presas outras 21 pessoas, além do prefeito. Também foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, os envolvidos receberam propina para transferir R$ 90 milhões do instituto, que estavam em uma instituição financeira sólida, para uma empresa composta por ativos de risco. A transferência, equivalente a cerca de 50% do total do fundo, poderia comprometer o pagamento futuro das aposentadorias, apontam os investigadores.

As investigações apontam que uma empresa de gestão de fundos de investimentos estava utilizando lobistas para captar clientes e negociar com eles em seu nome. Esses lobistas ficavam encarregados de oferecer o pagamento indevido de benefícios aos clientes, como forma de "convencê-los" a fechar o negócio com a empresa.

A delegada federal Andréa Pinho apontou em entrevista coletiva que, a princípio, o prefeito não tem como transferir diretamente os recursos do Instituto de Previdência, mas que ele nomeia a pessoa responsável pelo fundo de aposentadoria do município.

Os investigadores encontraram indícios de que a transferência dessa carteira de investimentos foi feita a mando do prefeito do município, em razão do recebimento de propina. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores depositados em contas em nome dos investigados.

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