As
investigações de denúncias de desvio de verba para merenda escolar envolvendo a
empresa Casa de Farinha passaram a ser comandadas pelo Ministério Público de
Pernambuco (MPPE). A medida foi tomada por causa do risco de extinção da
Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) da
Polícia Civil a mando do governador Paulo Câmara (PSB).
Na
noite da segunda-feira (30), documentos e computadores apreendidos na empresa
investigada foram levados à sede do Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco), do MPPE.
As
investigações sobre o caso estavam com a Polícia Civil. Segundo o MPPE, a
transferência ocorreu por uma preocupação dos promotores de Justiça com o
projeto de lei aprovado em primeira votação nesta terça-feira (30), na
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para a criação do Departamento de
Repressão ao Crime Organizado (Draco) e extinção da Decasp.
O
projeto de lei é assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) e foi remetido à
Alepe em caráter de urgência, no dia 19 deste mês. Ele chegou a ser discutido
no dia 23, mas teve a votação adiada para esta terça-feira. O projeto ainda
precisa ser aprovado numa segunda votação, agendada para esta quarta-feira
(31).
A
Casa de Farinha é alvo de três investigações da Polícia Civil para apurar
fraudes em licitações para o fornecimento de merenda escolar. No início de
outubro, policiais da Decasp prenderam o empresário Romero Fittipaldi Pontual
Filho, um dos donos da empresa.
Em
julho, a Casa de Farinha venceu uma licitação de R$ 22 milhões na Prefeitura de
Ipojuca, no Grande Recife, mas, segundo a polícia, a empresa teria coagido as
concorrentes para que não disputassem a licitação.
Desde
então, computadores, pen drives, HDs, celulares e centenas de documentos
apreendidos durante a Operação Castelo de Farinha estavam na sede da
Decasp, no Centro do Recife. O material foi retirado na noite da segunda-feira
(29) por uma equipe do Gaeco.
De
acordo com o promotor George Pessoa, foram transferidos para a sede do Gaeco 10
notebooks, três pendrives, dois celulares, 35 computadores e um HD portátil.
"Hoje,
o Gaeco conta com a segurança necessária para a custódia desses equipamentos.
Será feita a extração de dados e a análise desse material para a verificação da
existência de alguma informação relevante para a elucidação dos fatos apurados
na operação", disse o promotor.
Decasp
A
Decasp foi responsável, nos últimos quatro anos, por 15 operações que
resultaram em 49 presos, entre políticos e empresários envolvidos em esquemas
de corrupção que, juntos, superam R$ 150 milhões. Hoje, a delegacia tem em
andamento três investigações em prefeituras aliadas do governador Paulo Câmara
(PSB): Recife, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
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