Do Diário de Pernambuco
O juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação Lava Jato, levantou sigilo sobre o depoimento prestado por Antonio Palocci em delação premiada. Entre declarações polêmicas, o ex-petista sugere um esquema de indicação de cargos na Petrobras durante o governo Lula, além de afirmar que Dilma estaria presente em reunião onde teria sido acertado pagamento de R$ 40 milhões em propina para sua campanha.
O juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação Lava Jato, levantou sigilo sobre o depoimento prestado por Antonio Palocci em delação premiada. Entre declarações polêmicas, o ex-petista sugere um esquema de indicação de cargos na Petrobras durante o governo Lula, além de afirmar que Dilma estaria presente em reunião onde teria sido acertado pagamento de R$ 40 milhões em propina para sua campanha.
Justificando
a divulgação do documento, Moro escreveu em seu despacho que “examinando o seu
conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe
publicidade.”
Durante
a delação, Palocci disse que Luiz Inácio Lula da Silva fingia surpresa ao saber
qualquer fato ilícito sobre a Petrobras, mas que eles ocorriam ao mando do
próprio ex-presidente. O ex-ministro também disse ter sido contratado para
administrar as verbas ilegais da estatal e ajudar na reeleição de
Dilma. "Luiz Inácio Lula da Silva, na mesma reunião, afirmou que
caberia ao colaborador gerenciar os recursos ilícitos que seriam gerados e o
seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da
República; que isso se dava, segundo Lula relatou e conforme narra o
colaborador, para garantir que o projeto seria efetivamente desenvolvido por
Gabrielli; que esta foi a primeira reunião realizada por Luiz Inácio Lula da
Silva em que explicitamente tratou da arrecadação de valores a partir de
grandes contratos da Petrobras", aponta o relatório.
Palocci
também apontou em depoimento que empresas mantinham "na confiança"
contas no exterior em benefício do Partido dos Trabalhadores. Ele afirmou que
"as contas" dos partidos podem ter sido regularmente prestadas e
aprovadas e, ainda assim, possuírem origem ilícita" e que "os grandes
arrecadadores do PT foram Delúbio Soares, Paulo Ferreira e João
Vaccari".
A
delação foi detalhista sobre o suposto sistema de propina guiado pelo PT
durante os anos de mandato, apresentando até mesmo os locais onde as reuniões
teriam sido realizadas. O relato do ex-ministro, por exermplo, aponta que
Lula teria tratado pessoalmente da ocupação dos cargos na estatal em uma
reunião no 1.º andar do Palácio do Planalto.
Ainda
de acordo com Palocci, das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos
do PT, em pelo menos novecentas houve tradução de emendas exóticas em
propina." No depoimento, o ex-ministro afirma que a "venda de emendas
legislativas" era uma das formas de políticos "utilizarem os cargos
para financiar suas atividades".
Antonio
Palocci já havia dado depoimentos semelhantes, mas tanto Dilma quanto Lula
negaram veracidade nas informações. Pela delação, o ex-ministro recebeu
benefícios: Palocci terá que pagar multa de R$ 35 milhões e teve redução de 2/3
da pena.
Nota do PT
Em
nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A
conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº
5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos processos e da
condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula.
Palocci,
por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula
para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena -
2/3 com a possibilidade de 'perdão judicial' - e da manutenção de parte
substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias."
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