A
peça teatral O evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, reinserida na
programação oficial do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) após ação do
Ministério Público, foi novamente impedida de ser apresentada por meio da
decisão deferida pelo desembargador Roberto da Silva Maia, com base no processo
movido pela Ordem dos Pastores Evangélicos de Garanhuns e Região.
O
vereador do Recife, Ivan Moares Filho (PSOL), estava presente no espetáculo e
relatou através do Twitter que a atriz Renata Carvalho atuava sem a estrutura
do evento, de forma privada, para aproximadamente 100 pessoas. Segundo
ele, mais de dez motos e dezenas de PMs estavam do lado de fora do salão de
festas alugado por artistas para a peça "O Evangelho Segundo Jesus".
Na
última quinta-feira (26), o Ministério Público, através do desembargador Silvio
Neves Baptista Filho negou o pedido de reconsideração realizado pelo Governo de
Pernambuco e reiterou a decisão determinando o retorno do espetáculo à programação
do evento. No caso de descumprimento da medida, o Estado e a Prefeitura teriam
que pagar multa de R$ 50 mil. Segundo ele "A atração nada mais é do que um
drama teatral, que busca conscientizar e estimular a reflexão sobre a
discriminação social de uma minoria, especialmente das transexuais e
travestis", escreveu o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco
(TJPE) na liminar.
Diante
da resolução, na noite desta sexta-feira, após o espetáculo ter sido remarcado
e com data definida, a Ordem dos Pastores Evangélicos moveu uma ação para
barrar a decisão do MPPE, alegando que a peça desvirtua o ensinamento
histórico-dogmático e viola o sentimento religioso. Segundo o entendimento do
relator Roberto da Silva Maia, a encenação desvirtua a imagem de um
profeta religioso, e "fomenta o ódio e a intolerância, máxima quando diz
respeito a uma religião sabidamente conservadora e que valoriza sua
historicidade e os escritos estanques da Bíblia Sagrada". DP
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