Uma
carta que circulou neste dia 20 e escrita pelo deputado federal Bruno Araújo
(PSDB), provocou estremecimento na frente das oposições Pernambuco Vai Mudar,
liderada pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB), indicado a pré-candidato a
governador de Pernambuco.
Na
carta, Bruno devolve ao partido a indicação para uma das vagas ao Senado e
alegando ser “evidente a dificuldade levantada por esse conjunto em dar
seguimento ao meu nome para uma das vagas ao Senado, sob argumentos que me
reservo o direito de discordar, pois eram de conhecimento de todos desde nossas
primeiras tratativas”. O recado seria direcionado ao senador Armando Monteiro
que chegou a criticar a antecipação de nomes via manchetes de jornais.
Os
argumentos aos quais se refere Bruno têm relação com a participação dele na
gestão Michel Temer. Bruno foi ministro das Cidades do governo Michel Temer,
tachado por Armando, ontem, em entrevista à uma rádio, de
"ilegítimo". Como Bruno, o deputado Mendonça Filho (DEM), que ocupa a
primeira das vagas do Senado, também foi titular de uma pasta: Educação. Por
essa atuação, Armando elogiou o democrata na mesma entrevista, como também
vinha dispensando elogios ao tucano. Mas pessoas próximas a Bruno advertem:
"Ninguém vive só de elogios".
O
posicionamento do dirigente do tucanato se dá após Armando ter feito uma visita
ao ex-presidente Lula em Curitiba junto com outros senadores.
Na
carta, o deputado tucano critica "o congestionamento político que existe
aqui de apoio a um único candidato presidencial". Refere-se ao fato de o
governador Paulo Câmara, assim como a pré-candidata ao Governo do Estado,
Marília Arraes, apoiarem Lula, enquanto Armando também acena ao petista.
"Sigo
também firme para defender um projeto nacional que precisa oferecer aos
pernambucanos outra alternativa ao congestionamento político que existe aqui de
apoio a um único candidato presidencial, que não deve ser a única alternativa
oferecida a um Estado de histórica e rica diversidade política como o
nosso", arremata Bruno Araújo.
O
texto não fala em rompimento, mas expõe o incômodo latente do tucano com as
resistências ao seu nome para integrar a chapa majoritária e abre uma fissura
no grupo das oposições. O PSDB é o partido com maior tempo de TV do conjunto
Pernambuco Vai Mudar e havia aberto mão da vaga do Senado em prol de atrair
outra sigla para o conjunto, que foi o PSC, do deputado André Ferreira. No
entanto, após ter processo no qual era investigado, arquivado, recentemente, no
STF, Bruno resolveu botar o assunto na mesa e começar a trabalhar para
concorrer ao Senado, plano do qual abre mão nessa carta, assinada por ele na
sexta-feira (20).
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