Dois
dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a Polícia Federal para
firmar acordos de colaboração premiada, o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4) homologou na tarde desta sexta-feira a delação do ex-ministro de
governos petistas Antonio Palocci, disse à Reuters uma fonte com
conhecimento direto do caso.
O
acordo, assinado pelo desembargador do TRF-4 João Pedro Gebran Neto,
é o primeiro validado pela Justiça após o STF permitir que a PF e as polícias
civis firmem delações.
A
assessoria de imprensa do TRF-4 informa que não tem a informação sobre a
homologação do acordo e destaca que o caso está sob segredo de Justiça.
No
final de abril, Palocci tinha firmado um acordo de delação com a PF do Paraná,
local onde está preso desde setembro de 2016, após uma das fases da operação
Lava Jato, segundo informação dada à Reuters na ocasião por uma fonte com
conhecimento do assunto.
Palocci
já tinha prestado uma série de depoimentos, segundo a fonte disse à época. O
teor das declarações e quem ele envolveu na colaboração, contudo, não foi
revelado.
A
expectativa é que ele possa contar situações que vivenciou ou tomou
conhecimento como ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e da Casa Civil da ex-presidente Dilma Rousseff, tendo tido
papel decisivo em campanhas de ambos.
Há
pouco mais de um ano Palocci começou a se movimentar para tentar fechar uma
delação. Em maio passado, ele trocou a bancada de advocacia liderada pelo
criminalista José Roberto Batochio, que o acompanhava há mais de uma década,
por um escritório de Curitiba especializado em fechar acordos de delação.
O
ex-ministro tentou inicialmente fechar um acordo com o Ministério Público
Federal, mas o acerto foi recusado por falta de elementos.
Em
junho do ano passado, Sérgio Moro condenou Palocci a 12 anos e 2 meses de
prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em
setembro, Palocci acusou Lula de comandar um esquema de recebimento de propinas
da empreiteira Odebrecht que o beneficiou e o governo Dilma. Essas declarações
– a primeira desse tipo feita por um importante quadro do PT sobre o
ex-presidente– o levaram a pedir a desfiliação do partido, do qual foi um dos
fundadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário