Uma
decisão judicial sobre a guarda de um bebê de um mês causa polêmica no município
de Arcoverde, Sertão de Pernambuco, desde a última sexta-feira (8). A
família da enfermeira Laila Omena, falecida no último dia 13 de maio devido a
complicações no parto, questiona a forma como o bebê, que estava sob os
cuidados da avó materna, foi retirado da família da mãe.
Segundo
os parentes de Laila, na sexta-feira (8), início da noite, oficial de Justiça e
policiais militares foram à casa da mãe dela e levaram o bebê. No sábado pela
manhã, amigos e familiares da enfermeira realizaram um protesto nas ruas da
cidade, defendendo que a guarda do menino volte para a família materna.
“Minha irmã namorou com ele (o suposto pai da
criança), mas o relacionamento havia acabado e ele nunca assumiu a paternidade.
Alegava que ‘não era da vontade dele ter um filho naquele momento’. Chegou a
questionar, inclusive, se seria filho dele. Após a morte de Laila, ele veio à
nossa casa uma vez para conhecer o bebê. No dia 6, fomos pegos de surpresa com
a intimação para audiência de conciliação, que foi realizada dia 8. No mesmo
dia, à noite, chegaram lá em casa para levar o menino”, lamenta Caio Cacho,
irmão da enfermeira, em entrevista ao JC.
“Não
queremos questionar decisões judiciais, só queremos entender o porquê de
levarem a criança dessa forma, com uma abordagem traumática para a nossa
família. Por que foi preciso acionar oito policiais? Estamos de luto pela morte
da minha irmã e isso sequer foi respeitado”, indagou.
De
acordo com o advogado que representa o pai da criança, que não quis
se identificar, a família paterna está ciente da complexidade do caso e, antes
mesmo da decisão judicial, foi tentada uma ‘composição amigável’. “Estamos
cientes de que a perda de um ente querido faz com que as partes estejam
sensíveis, causando grande comoção. Antes do ingresso da demanda judicial, foi
buscada com os representantes da avó materna uma composição amigável, sem
êxito”, diz em nota.
Ainda
segundo a defesa do pai, o homem ‘sente profundamente todo o acontecido e
acredita na solução pacífica da referida situação, repudiando o estímulo ao
conflito’. Sobre a situação a criança, a nota esclarece que o objetivo do pai é
proporcionar o melhor, dentro dos ditames da lei e respeito ao convívio
familiar’. O caso segue em segredo de Justiça.
Em
nota, a mãe de Laila, a agente penitenciária Gerluce Omena, disse que tinha
total confiança no poder judiciário e “mesmo diante de uma dor extrema, faremos
de tudo, dentro dos princípios legais, atuando com ética, na busca de nosso
Theo no seio de nossa família”. Ela prossegue na nota dizendo respeitar a
posição do juiz que deu a guarda da criança ao pai afirmando que “em nenhum
momento a família de Laila Omena se voltou contra o judiciário. Nem nunca se
voltará”.
Gerluce
Omena, vó do pequeno Theo, tirado abruptamente de sua casa, finaliza dizendo
que “confiamos na justiça e, principalmente, confiamos em Deus! Estamos prontos
para lutar com dignidade em defesa do nosso bebê”!
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