Sem
conseguir acabar com a greve dos caminhoneiros, o governo Michel
Temer pressiona a Polícia Federal a acelerar investigações e
prender suspeitos de dar suporte ilegal ao movimento. A
ofensiva atípica em cima da PF ignora o fato de os inquéritos serem sigilosos e
estarem em fase inicial e se dá em meio a diversas tentativas frustradas de
interromper a paralisação.
Em
reunião no Palácio do Planalto, o diretor-geral da polícia, Rogério
Galloro, chegou a ter de fazer uma explicação básica de como as prisões ocorrem
no Brasil, segundo apurou a reportagem.
A
explanação se deu como resposta a diversas cobranças feitas durante uma das
reuniões do fim de semana, de que as detenções seriam importantes para colocar
fim na mobilização. À cúpula do governo, Galloro esclareceu que isso só pode
acontecer em casos de flagrante ou com ordem judicial.
Carlos
Marun (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil) são
os maiores entusiastas das prisões, de acordo com pessoas que participam das
reuniões desde a semana passada.
Paralelo
a isso, o governo Michel Temer (MDB) acompanha com o que um ministro
chama de "alta preocupação" o risco de movimentos de
protesto se alastrarem pelo país com complacência ou simpatia por parte de militares.
Ninguém fala em golpe ou intervenção, segundo a reportagem ouviu
de oficiais ao longo desta segunda (28). São hipóteses consideradas implausíveis nos
estratos superiores do comando.
Mas o temor relatado é o de uma insatisfação difusa, horizontal, entre as tropas responsáveis por manter a ordem quando acionadas para isso. Assim, o próprio governo considera como mera ameaça a medida anunciada de que motoristas militares poderiam tomar o assento de manifestantes nas estradas.
Mas o temor relatado é o de uma insatisfação difusa, horizontal, entre as tropas responsáveis por manter a ordem quando acionadas para isso. Assim, o próprio governo considera como mera ameaça a medida anunciada de que motoristas militares poderiam tomar o assento de manifestantes nas estradas.
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