A
ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi,
relatora de um inquérito sobre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP),
decidiu nesta quarta-feira (11) enviar a investigação para a Justiça
Eleitoral de São Paulo. Com a decisão, o caso, que segue em sigilo, ficará fora
do alcance dos investigadores da Lava Jato em São Paulo. Ou seja, não
será julgado em 1ª e 2ª instância por crime de corrupção passiva ou recebimento de propina.
No
entanto, se a Justiça determinar, poderá haver compartilhamento de provas com a
força-tarefa da operação no estado. A justiça que decidiria isso é a mesma que
livrou Alckmin dos procuradores da Lava Jato.
A
investigação foi aberta no STJ em novembro do ano passado a pedido da
PGR (Procuradoria-Geral da República) com base em delações de executivos da
empreiteira Odebrecht. Os delatores disseram ter acertado
com Alckmin e repassado à sua campanha valores superiores a R$ 10
milhões por meio de caixa dois em 2010 e 2014. O tucano era
investigado perante o STJ porque, como governador, tinha foro
especial nessa corte. Ao renunciar no último sábado (7) para concorrer à
Presidência, Alckmin perdeu o foro especial.
No início desta semana, procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediram à PGR acesso às investigações sobre Alckmin que tramitavam no STJ, sob o argumento de que o ex-governador havia perdido o foro.
No início desta semana, procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediram à PGR acesso às investigações sobre Alckmin que tramitavam no STJ, sob o argumento de que o ex-governador havia perdido o foro.
Segundo
o MPF, depoimentos de colaboradores da Operação Lava Jato – Benedicto Barbosa
da Silva Junior (responsável pelo setor de pagamento de propinas da construtora
Odebrecht), Carlos Armando Guedes Paschoal (ex-diretor da Odebrecht em São
Paulo) e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva (responsável da Odebrecht pelo
contrato de construção da Linha 6 do Metrô de São Paulo) – indicaram o repasse
irregular de recursos para Alckmin a título de contribuição eleitoral. As
doações ilegais teriam contado com a participação do cunhado do ex-governador,
Adhemar César Ribeiro.
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