A assessora
que acompanhava a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) quando a
parlamentar foi morta, em 14 de março, no centro do Rio, está fora do Brasil.
Segundo integrantes do PSOL, que preferem não divulgar o nome da assessora, ela
tomou a decisão com receio de sofrer retaliações de criminosos por ter
presenciado a morte da vereadora.
Logo
após o crime, a assessora prestou depoimento à Delegacia de Homicídios do Rio
de Janeiro e em seguida deixou o Rio de Janeiro. Foi primeiro para outro Estado
do Brasil, onde permaneceu alguns dias e tomou a decisão de sair do País
acompanhada pelo marido. A viagem para o exterior ocorreu dias depois. O
PSOL não divulga o destino da assessora na tentativa de garantir sua segurança.
Quando
depôs à Polícia Civil, ainda na madrugada de 15 de março, a única sobrevivente
da ação criminosa que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes contou não
ter percebido que o veículo em que estavam era seguido nem ter visto nenhum
carro ou moto próximos.
Assim
que o veículo em que estavam entrou na Rua João Paulo I, no Estácio (região
central), onde ocorreu o crime, a assessora, que estava distraída falando ao
telefone celular, ouviu o barulho dos tiros, que pareciam vir de trás, na
diagonal. Segundos antes, Marielle havia dito “ué?”, em tom de dúvida, contou a
assessora à polícia. No momento dos disparos, o motorista disse “ai”. A
sobrevivente se abaixou para tentar se proteger e Marielle, que usava cinto de
segurança, tombou sobre ela. O veículo, que trafegava devagar, seguiu
desgovernado até que a própria assessora conseguiu se esticar e acionar o freio
de mão.
Dois
dias após o crime, a assessora publicou nas redes sociais uma homenagem à
vereadora: “Estou viva. Mas a alma oca. A carne, ainda trêmula, não suporta a
dor que serpenteia por dentro, num looping sem fim. Minha amiga, na tentativa
de calarem a sua voz, a ampliaram ensurdecedoramente, em milhares de bocas.
Para sempre. #MarielleVive”, escreveu.
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